domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oscar


Os EUA e seu cinema continuam fortes? Pelos muitos comentários sobre o Oscar que se ouve parece que sim. Talvez seja somente o costume dos analistas da periferia que adoram o Império e suas novidades. Essa premiação do Oscar reflete muito bem a influência (até aqui um domínio) cultural dos EUA sobre o mundo. Ora, cinema se faz em muitos lugares do mundo, mas não se consegue investir tanto e se impor tanto comercialmente como faz hollywood. Um dia, possivelmente, se o Oscar for apenas mais um prêmio, juntamente a outros de pelo mundo, os EUA já não será um Império e terá perdido sua força. É notório que mesmo os países europeus não conseguiram se colocar como influência no cinema para o mundo, mesmo produzindo excelentes filmes e tendo a força econômica que têm. Os europeus para sobreviverem tiveram de aprovar leis de proteção à exibição da produção nacional.

A questão é se a China, como potência que emerge, poderá fazer a diferença na área cultural. Eu tenho dúvida sobre isso, pois, um país que não tem liberdade e vive da restrição e da censura, dificilmente conseguiria ser potência (estilo hollywood) nessa área. Agora, como o capitalismo se reinventa, poderá ser que a China venha a produzir uma máquina industrial de fazer filmes para entretenimento do mundo. A verdade é que capitalismo não rima necessariamente com democracia, podendo sim, se dar muito bem com ditaduras, desde que enriqueça alguns e deixe milhares de pessoas maravilhadas com alguma coisa. Apostaria que as estrelas de hollywood aceitariam produzir filmes com regimes ditatoriais desde que lhes rendessem dólares para encherem seus bolsos, sustentando sua opulência e arrogância, assim é que ocorre com os empresários do mundo ocidental que vão ganhar dinheiro na China (explorando até trabalho escravo e infantil) e andam por aí dando discursos de democratas.

Demilson F. Fortes

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