quinta-feira, 29 de março de 2012

Eu concordo

EU CONCORDO

No debate sobre educação no Programa Conversas Cruzadas, um professor presente no debate (que escreveu artigo hoje na ZH) chamou o currículo de maluco. Defendeu que não deveria ter currículo. Que não há espaço para tantas disciplinas, onde o conhecimento se multiplica a cada dia. Segundo ele, disciplina da escola é para especializar, não é o caso do ensino fundamental. Defendeu "jogar os livros didáticos fora". Ele defende partir da realidade e ir estudando de forma transdisciplinar. Estudar temas, a sociedade e a cultura. Romper com as disciplinas e com as decorebas tradicionais.

EU CONCORDO COM O PROFESSOR.

A escola, os professores, o governo e a sociedade estão atrasados, distantes dos desafios atuais, ainda presos a um velho paradigma, de um senso comum que acredita na decoreba e das disciplinas isoladas. Os alunos são obrigados a decorarem, mas logo esquecem quase tudo. Como Edgar Morin defendo educação e conhecimento transdisciplinar para a vida e para a cidadania planetária! A educação atual se traduz no modelo de desenvolvimento em crise, e que está levando o planeta ao colapso. É preciso rever tudo. Ilusão acreditar que somente melhorar salários e estruturas físicas mudarão as coisas, o modelo de educação fracassou.


Demilson F. Fortes


sábado, 17 de março de 2012

Opinião


Um espaço de debate na Rede Linkedin, tinha a seguinte pergunta:
Qual é a sua opinião sobre ONGs radicais como a Greempeace. Eu postei a minha opinião. 

Eu admiro e apoio o Greempeace. Abriu caminhos de forma pioneira e corajosa fez o mundo ficar sabendo de coisas que existiam e não emergiam publicamente. Denunciou, debateu e sempre teve propostas. Sua importância, continua intacta, pois pouco se alterou até aqui. Concretamente, o mundo continua insustentável, talvez, um pouco pior que antes. 


É fato que as ideias sustentáveis estão na mídia e se tem um conjunto de leis protetivas, que contribuem para as coisas não serem mais graves. Agora, convenhamos. O modelo de desenvolvimento - global - não mudou quase nada, baseado no crescimento e no consumo, com pressão sobre o ambiente natural e os recursos finitos. As pessoas têm informação e até se sensibilizam com alguma coisa, mas não se traduz em atitudes capazes de alterar o modelo. 


Esperamos que as coisas mudem. Precisamos - e muito - de ativismos como da ONG Greempeace.

Demilson Fortes




sexta-feira, 16 de março de 2012

Sobre símbolos religiosos


O Jurista Paulo Brossard está na defesa da volta dos crucifixos (ZH de hoje, dia 16/03) aos prédios do Judiciário. Argumenta ele, que Cristo foi julgado injustamente e condenado, razão para manter os símbolos nos tribunais. Convenhamos Sr. Brossard: esse argumento?

Jesus Cristo merece todo meu respeito e admiração, e é merecedor da fé de milhões de pessoas desse país maravilhoso. Mas, os símbolos estão nos espaços públicos por que a Igreja Católica até agora teve imensa influência na sociedade, na cultura e nas instituições. Somente por isso.

No entanto, está sendo alterado esse quadro, com outras manifestações religiosas, inclusive cristãs que não utilizam o crucifixo como seu símbolo. E, o algo importante de ser lembrado, o Brasil começa a se afirmar como Estado laico, sem interferência direta de nenhuma religião, mesmo assumindo (de forma muito tranquila) a influência cultural do cristianismo de vertente católica que existe.

O direito de professar sua fé (e, obviamente difundi-la) é algo que temos garantido constitucionalmente e nos orgulhamos dessa liberdade estar introjetada em cada brasileiro, que juntamente a outras liberdades, é parte dos extraordinários avanços civilizatórios que a nossa democracia proporciona.

Então Sr Brossard, melhor ficarmos sem nenhum símbolo religioso nas instituições públicas. Certamente, Jesus Cristo, pela sua grandeza, compaixão e sabedoria, aprovaria esse tipo de decisão.

Demilson Fortes

quinta-feira, 8 de março de 2012

Parabéns ao STF


Parabéns ao STF

O Supremo Tribunal Federal revê a decisão tomada no dia 07 deste mês, que julgou inconstitucional o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Se a decisão fosse mantida havia a possibilidade de paralização de programas sociais e políticas públicas importantes. Numa atitude responsável, analisando o contexto e consequências para o país, o STF voltou atrás.

 Essa postura do STF sinaliza à sociedade que a lei não é algo inflexível, algo que não possa dialogar com a realidade social, econômica e cultural de uma sociedade. De que a justiça deve estar estar atenta ao que ocorre nas ruas, na vida concreta das pessoas e das suas necessidades. De que a justiça deve julgar conhecendo a realidade econômica do Estado e tendo a sensatez da viabilidade econômica e operacional da aplicação das sentenças. Infelizmente, não foi isso que fizeram alguns juizes no caso do ENEM, com decisões absurdas.

 As leis são produtos de vontades de maiorias que se formam, de correlações de forças que influenciam certa sociedade, configurando blocos de poder que se formam e conseguem impor suas vontades, num determinado período histórico. Em sendo produto exclusivo da sociedade, devem ser lidas sob contextos sociais, econômicos e culturais que na sua aplicação não prejudiquem a própria sociedade. E, foi isso que fez o STF, pesando o transtorno e retrocesso que causaria em tantos programas sociais e políticas que impulsionam o país, enquanto a Europa e EUA vivem aguda crise econômica.

Demilson Fortes


Dia 08 de março



Dia 08 de março, um dia para abraços fraternos e confraternização com as mulheres por tantos avanços. Para lembrar das alegrias da vida e também das dores da opressão e da violência. Dia para memória histórica das lutas e das lutadoras sociais. Da reflexão crítica e mobilização social. Da luta política por um mundo de direitos iguais, sem preconceitos e sem violência. Dia de luta por mundo democrático, justo fraterno e livre.

Neste dia internacional da mulher é oportuno (mulheres e homens) refletirem sobre os a histórica discriminação e submissão das mulheres, e discutir sobre atitudes para a superação da ideologia machista que, ainda persiste no mundo. Também é importante a reflexão sobre as causas contemporâneas da opressão sobre as mulheres.

Em relação a isso, Rachel Moreno, em programa na TV Futura, fez uma análise crítica da relação "mulher, mídia e consumo". Esse poderia ser um bom tema para debate neste 08 de março. A mulher tem sido exposta e utilizada como objeto e veículo para vender produtos. A mulher é usada, permanentemente, para vender carro, vender cerveja, vender casas, vender padrão de beleza, vender de tudo. Vender, vender, vender. Consumir, consumir, consumir. Lamentavelmente, são utilizadas como objeto de atração para estimular o consumo; como apelo para forçar o consumo.

É fato que, ainda, são milhares de mulheres que buscam direitos, espaço, reconhecimento e oportunidades. Mas, milhares já tem acessado a patamares elevados de inserção social, muitas superiores em relação às outras mulheres e aos homens sem apontar para novas relações sociais e nova cultura antimachista. Visivelmente, as formas de opressão, desigualdade e preconceito se renovam, muitas vezes dissimuladas, que acabam reforçando velhas ideologias arcaicas, criando novas opressões, dependências e violências, não contribuindo para relações de igualdade e de liberdade efetiva. A publicidade da cerveja e de carros, são dois exemplos, de apropriação da imagem de forma agressiva e vergonhosa. Da mesma forma que o padrão de beleza em que são submetidas as mulheres significa para milhares delas uma forma de violência.

Neste 08 de março, em que muitos machistas se apresentam com bons modos e felicitações, seria maravilhoso ver acontecer de mulheres e homens ocuparem as ruas e mídias dizendo para as cervejarias e montadoras de carros, que divulguem e comercializem as qualidades dos seus produtos, porém não utilizem mais as mulheres como objeto e instrumento de mercado.

Existem países onde há restrições ao uso da imagem na publicidade, um bom debate sobre valores e ética que deveríamos fazer. Acho que as cervejarias não iriam gostar. 

Demilson F. Fortes

domingo, 4 de março de 2012

Publicidade


A publicidade abusa de seus instrumentos e símbolos para seduzir crianças ao consumo. Utilizam-se de embalagens bonitas e imagens de super-heróis que as crianças estão familiarizadas e admiram, não importando o conteúdo, a ênfase está na embalagem. Mães e pais, ficam quase reféns disso tudo. Induzir criança ao consumo poderia ser considerado tão criminoso quando outro vício, pois há casos de implicações na saúde (sal, açúcar, aditivos) ou na própria relação familiar.

Como já fomos capazes de superar a propaganda do cigarro (na tv e em discussão a sua ampliação), seria oportuno abrir o debate sobre os impactos da publicidade para as cranças. Indignante é ver Xuxa fazendo comercial de produtos infantis.

Demilson Fortes

sexta-feira, 2 de março de 2012

Euros para bancos


O Banco Central Europeu colocou 529 bilhões de euros no sistema financeiro europeu (800 bancos). Segundo alguns economistas, desde o início da crise, já foi injetado mais de 5 trilhões de dólares no sistema da Europa e EUA. Isso mostra que a "fábrica de dinheiro" está em pleno funcionamento. Alguns estudos, apontam que acabar com a fome no mundo, custaria bem menos que isso, mas para isso, a "fábrica" não pode funcionar, dizem eles que "causa inflação".

Demilson Fortes