terça-feira, 22 de novembro de 2011

Crescimento e Decrescimento

Debate no facebook.

Postagem de Emir Sader:
Quem prega o "decrescimento" deve estar contente. A Europa ja decresce. E quem paga o preço mais caro sao os mais pobres.

Postagem de Demilson Fortes:
É uma colocação - e provocação - interessante Emir Sader. De fato, somente parar de crescer não basta. Por outro lado, somente crescer não basta também. E, mais ainda: como imaginar crescer o consumo infinitamente em um planeta finito com recursos naturais limitados? Como crescer sem limite em um planeta de leis ecológicas de auto-dependência sistêmica sem consequências? O aquecimento global está aí. A China cresce e milhões de pobres têm acesso a direitos importantes, entretanto, gera milhares de milionários que querem sair da China pela poluição que os pobres e os trabalhadores vão sentir e pagar, pois alguém sempre paga a conta ambiental. É um debate sério e complexo, onde a demagogia e o simplismo não colaboram. De minha, parte, como ecologista de esquerda, profundamente influenciado pelo marxismo - heterodoxo -, penso que, temos uma luta de classes em curso, pois quem mais consome e faz do planeta um lixo são os ricos. Penso também que para se ter um mundo melhor não se faz com posições anarquistas, nem liberais. É necessário enfrentar e superar o capitalismo, com ele não temos futuro coletivo. Ontem numa palestra com Serge Latouche, perguntei sobre Cuba, ele falou que Cuba apresenta ótimos indicadores de desenvolvimento humano com menores impactos ambientais (pegada ecológica). Eis aí, uma questão interessante, novamente Cuba, sinalizando que "outro mundo é possível". Este é um bom e necessário debate. Sobre a Europa atual falta de crescimento fez eles guinarem à direita, nos indicando que, posições simplistas de somente não crescer não nos basta. Defendo o ecossocialismo para um mundo de todos, do presente e para os que virão. A possível saída  - ou a saída possível - é o encontro do mundo do trabalho com a ecologia.

Porto Alegre, 22 de novembro de 2011.

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