quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Lixo eletrônico: um problema que todos devem assumir.

Ontem foi divulgado que o setor de celulares cresceu quase 21% no Brasil no ano passado. De 100 milhões de aparelhos passou para 120 milhões. O que por um lado representa crescimento da economia brasileira e o que poderia-se dizer de uma inclusão na comunicação cada vez maior, por outro significa o aumento das montanhas de lixo eletrônico, que somado a outros aparelhos domésticos e comerciais causa grande impacto no meio ambiente.
Segundo a ONU, que tem um programa especifico para enfrentar esse problema, cerca de 40 milhões de toneladas em aparelhos obsoletos são descartadas por ano no mundo. Segundo dados de estudo, o lixo eletrônico geralmente libera tóxicos quando incinerado e aparelhos antigos contêm produtos químicos prejudiciais e metais pesados como mercúrio e cádmio. A aquisição de novos produtos leva a um questionamento: para onde vão - ou deveriam ir - os antigos aparelhos, que não servem mais? Para Denise Imbroisi e Antônio Guarita, professores de química da Universidade de Brasília (UnB), o descarte de eletrônicos no lixo comum representa riscos para a população e o meio ambiente. Os metais utilizados na fabricação desses produtos podem ser perigosos.
“Se você tem um tubo de televisão, por exemplo, quando esse tubo é quebrado, pode afetar o solo e um lençol freático, e acabar contaminando o ser humano por conta disso”, explica Denise. Já o mercúrio, contido em lâmpadas, pode causar problemas de estômago, distúrbios renais e neurológico, além de alterações genéticas, segundo os professores.
O cádmio, presente nas baterias de celulares, causa câncer, afeta o sistema nervoso, provoca dores reumáticas e problemas pulmonares. Por sua vez, o zinco, usado na galvanização do aço dos computadores, pode provocar vômitos, diarréias e problemas pulmonares. O manganês, usado em ligas metálicas de computadores, desencadeia anemia, dores abdominais, vômito, impotência e tremores nas mãos. O cloreto de amônia, produto encontrado nas pilhas, pode causar asfixia. E o chumbo, usado para soldar os componentes eletrônicos, provoca irritabilidade, tremores musculares, lentidão de raciocínio, alucinação e insônia.
O que se vê é uma opção pelo uso por pouco tempo e troca por novos modelos e novas tecnologias. As inovações e a indução ao consumismo faz os aparelhos ter uma vida útil pequena. E novas compras...e novos descartes..e o lixo aumenta.
O que precisamos é um debate sobre as responsabilidades, nem devendo ficar somente sobre o poder público resolver a questão - ou não resolver. Legislações ambientais, órgaos de fiscalização e consumidores devem exigir de todas as empresas que desenvolvem produtos e tecnologias planos concretos de recolhimento seguro e reciclagem de todos os componentes dos aparelhos.
E o melhor, desenvolver uma cultura de consumo responsável. Em que cada um assuma a responsabildiade pelo resíduo que gera a partir de seu consumo. Sabendo que o ambiente e o planeta não são depósitos sem consequência de uma cultura consumista irresponsável e individualista.

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